Não, não estou me sentindo bem hoje. Tive um sonho ruim e acordei com os olhos pregados, talvez por chorar. O sonho me mostrava verdades dolorosas. Verdades que eu sempre soube só nunca quis enxergar. Parece meio emo demais, meio triste demais, meio dramático demais, mas não sinto-me assim para aparecer ou, muito menos, para fingir ser algo que eu não sou. Apenas, hoje, ao acordar, me entreguei por não conseguir mais manter-me de pé, manter-me a forte, a resistente, quando não a sou. Me entreguei para esse sentimento de inferioridade e de realidade crua, nua e prematura em mim.
Em meio à tantas qualidades que dizem me constituir, em meio a sinais positivos que às vezes tenho, deparo-me com a verdade na minha frente: são só eufemismos vazios. Esse é só o modo covarde de não aceitar a minha insignificância em relação ao amor.
Angustiazinha barata essa que estou sentindo. E talvez ele passe mais tarde. Talvez à noite eu nem me lembre mais. O meu cérebro quase me força a esquecer. Mas agora eu não quero. Pelo menos por enquanto ainda espero saber-me, consciênte. Por mais dolorosa que a realidade me soe, sinto-me um poco bem por ter os olhos abertos.
Mas de que adianta isso, se enxergar não me esnina a andar corretamente, por caminhos seguros? Se isso não me tira o medo de errar? Se não me mostra a direção a seguir?
Sinto-me só e me sinto fraca. Sinto-me exposta. Sinto-me presa à essa culpa de não ter ninguém.
Eu quero respostas, droga! Quero uma solução imediata. Quero mudar, ser outra pessoa. Quero ser amável. Gostável. Suportável. Quero ser sincera, quero tentar amar. Quero conhecer alguém diferente, que se encaixe nas minhas expectativas. Só quero alguém sincero, que curta a vida, que não seja alienado e que saiba valorizar quem lhe dá valor.
Mas no meu poço de insignificância eu não sou dígna do sentimento de ninguém.
Precisa-se de alguém paciente, disposto a colaborar com a situação, seja amigo ou o que for, precisa-se de alguém que mude essa minha idéia de ser um ser tão desprezível. Esse que me usurpou. Tomou-me.
Preciso de um remédio que me faça dormir e esquecer. Às vezes é melhor ser inconsciente e ser feliz, do quer estar ciente e sofrer por isso, pela realidade dolorosa, inaceitável e imutável da vida.
{ ☼ eu nunca me lembro das coisas que eu não quis dizer, eu não vou mais me arrepender. E agora o tempo é que vai te mostrar: tem coisas que não vão mudar.}
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8 de outubro de 2008 às 17:15
A realidade é sempre a mais dura, eu sei. Todo mundo sabe, eu e você também. Mas não se preocupe, é nessa realidade que há pessoas que te amam, que estão do teu lado. Não que vão resolver teus problemas, mas que estão prontos a te auxiliar a fazê-lo. ;)
Eu sou uma delas.