A cada novo dia em que vejo o Sol crescer no céu, noto esse meu senso crítico, que nasceu comigo, aumentar também. Mas sei que ele ainda é um garotinho, que mal saiu das fraldas e que muito, um dia, amadurecerá. Apesar de julgá-lo inocente, o vejo sempre ativo em mim, alertando-me, persuadindo- me, convencendo- me. Ensinando-me, ou melhor, traduzindo a mim essa vida, da qual todos sabemos de nascença, mas não nos damos ao luxo ou ao trabalho de lembrar e, muito menos, de entender.
As pessoas olham o Mundo de dentro. De dentro de seus corpos quentes, de seus corações frios. Olham o Mundo de dentro para fora. Julgam o Mundo de dentro para fora. Criticam o Mundo de dentro para fora. Quando o mais apropriado, aconselhável e eficaz seria olhar, julgar e criticar o Mundo de fora para dentro. Como quem analisa, como quem procura entender. Como quem evolui a tal ponto de deixar de lado esse egoísmo vitalício e hereditário, e compreender que a raíz de tudo, por onde devemos cortar o mal, não está dentro de nós. O Mundo é muito mais do que seres humanos. Ele é alheio a nós e, por isso, temos que parar de nos achar protagonistas de Sua história.
Precisamos parar de crer que é para nós que Ele gira. Talvez, de certa forma, isso possa ser verdade. Talvez o motivo pelo o qual Ele o faça seja pela Vida, pela Vida nele existente, mas não necessarimente a nossa. Não principalmente a nossa. E isso é uma das coisas que nunca soubemos reconhecer.
Nunca soubemos reconhecer a inutilidade de tantas guerras pelo poder, uma vez que isso, pelo que já vi ao longo de nossa história, levou mais problemas do que benefícios aos seus possuidores, mais responsabilidades e mais cobranças; uma vez que deixamos de olhar o tal poderoso como homem, e passamos a olhá-lo como símbolo... às vezes como um brasão, que apenas nos significa algo pelo que nos deixará. Como nome e como autoridade. Quase nunca como um herói, e, em muitas desssas poucas vezes em que isso ocorre, o sentimento de respeito heróico é concedido por persuasão e não por merecimento.
Nunca soubemos reconhecer que essa briga pela popularidade não leva a nada.
Nunca soubemos reconhecer que nem raça, nem salário, nem beleza, nem inteligência qualifica alguém em melhor ou pior.
Nunca soubemos reconhecer que somos mais felizes quando nos doamos e que esse pensamento, o de doar para receber, funcionaria ainda mais se a maioria pensasse assim.
Nunca soubemos reconhecer que deveríamos parar de nos achar superiores quando nos vemos conscientes de certas realidades, já que isso não nos torna indiferentes delas.
Nunca soubemos reconhecer que só sabemos culpar. Culpar o outro por ser bobo e ceder sempre, culpar o outro por ser egoísta e não ceder nunca.
Nunca soubemos reconhecer a falsidade que é responsabilizar a sociedade por ser tão preconceituosa e tão injusta, quando somos nós que criamos seus dógmas diariamente.
Nunca soubemos reconhecer tudo isso e um monte de outras coisas, mas se olhássemos o Mundo de fora para dentro, veríamos que esses problemas são tão pequenos se comparados com os problemas Mundiais, tão complexos, e assim acharíamos fáceis soluções para os nossos.
Talvez até enxergássemos que a união seria bem mais eficaz do que a separeção e a luta pelo primeiro lugar na fila, sem ao menos saber para o que essa fila servirá.
19 de novembro de 2008 às 16:55
Muito bom, débi. *-*
Amei, como sempre. Teus textos são maravilhosos, bem escritos e inspiradores.
tô comentando com o perfil do orkut pq tô com preguiça de entrar no do bloger. UHAUAA~
Te amo amor, saudades. =*