Jogando fora minhas alienações.

Pare de ligar para o que está acontecendo ao seu redor, pelo menos pare agora. Desligue-se do ambiente. Se eu estivesse ao seu lado agora, iria ler esse texto em voz alta para você e pediria que você fechasse os olhos. De olhos fechados você poderia entender melhor a minha idéia. Mas eu não estou e você precisa de seus olhos abertos para ler o que não está em braile.

Qual foi a última vez que você sentiu o seu coração? Quando pela última vez você colocou a mão no lado esquerdo do peito para olhar como as coisas dentro de você estavam andando? Há quanto tempo você não tem esse contato com ele? Você julga demais o seu coração.

Pare. Coloque a mão sobre o peito agora. Como anda o seu batimento? O que ele diz para você? Que você precisa fazer mais exercícios? Que você precisa parar de assistir filmes de terror? Que no momento ele está tranqüilo, mas que você precisa dar-lhe mais atenção? Você já parou para pensar no quanto de coisas ele diz sobre você? E, ainda mais, já parou para pensar nos quantos avisos ele tenta dar para você? Isso tudo é normal, esquisito é apenas o jeito como ele faz isso. Ele bate. Ele bate rápido. Ele bate devagar. Ele bate descompassado. Ele bate em um movimento uniforme. É a linguagem que o coração usa para te dizer o que fazer. Ou parar, ou acelerar, ou se entregar. Ou continuar.

Cuide do seu coração, ele, seu maior conselheiro. É o conselho que te dou. Você pode pausar e respirar. Parar para pensar. Pode parar para mudar. E ele? Ele pode parar?