'E toda paciência um dia chega ao fim' - Sábia frase. Porque por mais que queiramos, por mais que tentemos, por mais que forcemos nossa calma a continuar intacta, há coisas que, depois de serem esticadas, não podemos mais controlar. Não podemos mais escolher a hora do fim ou da pausa.
E quando eu quero pausar, não sei. E quando eu quero continuar, não sei. Esticar me faz desaprender o que eu sempre fiz muito bem. E têm relacionamentos que não são ideais, então, se esticados, não voltam ao que eram antes. Ficam sem graça, sem beleza. Paciência não se estica. Ele tem limite. Às vezes queremos torná-la maior, dar um limite mais extenso. Às vezes somos idiotas a tal ponto. Mas há algo que não deixa e isso é bom para a nossa cegueira.
Se eu falo e não me entendem, passo uma péssima impressão. A de metida, mandona, exagerada. A de apressada por querer entrar na cozinha sem ser de casa. Mas eu só quero o que lhe fará bem. Antes de me cansar de vez. Antes que as mãos deixem de sentir necessidade uma da outra.
Eu não deveria ser tão fácil e dizer tudo o que eu sinto assim. Te dando como único esforço o de procurar saber sem que eu saiba.
Então, para ser logo bem sincera,vou dizer o que mais me incomoda em você, a sua acomodação.
A sua facilidade de aceitar tudo que foi se trasnformando em rotina aos poucos, sem você perceber. E você não percebeu que isso não funciona comigo. Você nunca conseguirá se acomodar a mim. E eu não me acomodo facilmente por que eu odeio domingos iguais.
Não, você não precisa se adaptar a mim. E é, eu sei que não sou ninguém para fazer alguém mudar pelos menos gostos e minhas preferências. Mas eu só sei ser assim, sou chata e talvez até xenofóbica em alguns aspectos. Então, quem me quer, que me queira como eu sou. E mais uma vez eu repito, eu só quero o que lhe fará bem.