Inópia
Eu não sei o que pensar
Nem sei o que decidir
Será que devo aceitar,
Ou será que devo fugir?
De novo..
.
Devo estar ingerindo bebida alcoólica sem perceber. Ou machucam alguma droga e colocam no meu café. Ando confusa e não sei por que, ando querendo algo que não sei como chamar. Perguntas que não fazem sentido para mim separam as cortinas e deixam a luz entrar em meu caixão. Sou tomada por esse sentimento repentinamente, é como uma realidade pérfida articulada a uma apressada necessidade de conscientização pessoal. É uma inquietação desejosa de um ponto de exclamação. Sinto que preciso ponderar as ações, as idéias e as obrigações. Isso tudo é como ter a boca seca, seca de discernimento.
Um mal-estar ao qual eu já resolvi me acostumar, me invade constantemente, o que, aliás, me entontece de insensatez e arranca de mim o resto de intuição que sobrou de outras loucas experiências.
Obrigada, por ti eu mergulhei obrigada em um rio de urgência. E se não acho possível haver coragem alimentando rios, espero, pelo menos, que além da água que penetrará de todas as formas em mim, no afogar, eu também seja preenchida por desespero, afinal, é sabido de várias formas que essa é única saída de emergência para se tomar uma decisão imediata. É a única maneira de agir impulsivamente sem ter direito de se arrepender depois, ou sem poder banhar-se de culpa. Talvez, lavada por dentro, morta por fora e constituída de atitudes brilhantemente fundamentais, eu renasça e mude, antes de, mais uma vez, fugir para o começo do livro.