Tudo que desmoronou.
Ah!, aquela vida que poderia ter sido escrita em qualquer casinha azul-bebê, em qualquer fusca amarelo na estrada, em qualquer maternidade. Ela não foi. Tudo só chegou ao quase. Ao começo da frase. Ao cheiro vindo da cozinha. Tudo só chegou à beira, ao sonho, ao papel.
Tudo que desmoronou sem ter sido erguido, construído, levantado, realizado. E os desejos não passaram de meras velinhas apagadas no aniversário. Aquele tipo de coisa que ela sabe que não acontece. É, tudo ficou assim. A rosa já sem perfume, nada de ouro no final do arco-íris. O trevo só trouxe azar. A novela voltou a chamar sua atenção, qualquer coisa na televisão. Ela voltou a beber. A sentar no sofá com as pernas pra cima, só. Ninguém toca a campainha. Ninguém liga, deixa recado. Só a ração do gato, o lixo para fora, as contas.
É tão real que dói.
E é tão mais real porque ela lembra tudo que acabou de passar.
A tinta ainda estava fresca quando alguém foi lá e sentou no banco da praça.
E, puta que pariu!, a torre de cartas que ela estava fazendo desde o sol nascer se desfez com o ventinho da janela.
Ah, até o livro que ela estava lendo acabou.
E finalmente ela olha pra frente e diz adeus.
“...e foi o princípio do fim.”
14 de maio de 2009 às 08:21
Voltar a monotonia depois de momentos diversos e empolgantes é sempre muito frustrante!
bjus
30 de maio de 2009 às 19:36
E, puta que pariu!, a torre de cartas que ela estava fazendo desde o sol nascer se desfez com o ventinho da janela.........
Erga-se....