compreensão

quinta-feira, junho 18 1:02 PM postado por debs
Eu aprendi.
Depois de muito tentar, depois de muito falar.
Aprendi como é a gente quando ama de verdade.
É muito contraditório. Eu, que sempre aleguei não acreditar no amor, agora dizendo que aprendi a amar. Na verdade, o amor não mudou para mim. Ele continua sendo um impulso cerebral, um instinto. Necessidade de calor e proteção. Só. Ilusão.
Então, acho que criei um novo tipo de amor. É ridículo, mas ele parece ser tão ideal.
Sabe, pra mim, quando se ama de verdade a distância não têm importância.
Não, não é a distância física. A distância abstrata.
Estamos aqui, um ao lado do outro, porém não nos comunicamos.
É como se fôssemos frios, vazios. Apesar de toda essa vontade que nos preenche de unir os nossos corpos em um abraço, as nossas bocas em um beijo e os nossos olhos em um compromisso, permanecemos imóveis. Irredutíveis. O que é isso?
Eu quero te ligar e quero te esquecer. Eu quero ir te ver, mas eu não vou. Eu posso ir ou não, e as duas opções me magoam. Ao mesmo tempo em que quero estar ao teu lado, olhando o teu sorriso, rindo do teu jeito, te calando com um beijo... eu sei que devo ficar aqui, que não vale a pena ir, que seria uma falta de consideração comigo mesma.
Talvez você esteja recomeçando a me controlar, não sei.
Mas, se for, é um controle diferente. Eu não vou te colocar em um altar. Eu vou ficar na minha, gostando de você. Ah, gostando mesmo de você. No entanto, sem enlouquecer. Eu vou só te olhar. Tentar te deixar feliz. Tentar te ajudar. blá, blá, blá. Todas as coisas de gente que gosta de outra faz. Mas eu não vou me crucificar por você. Não espere isso de mim outra vez.
Não é questão de ferir o meu orgulho, que besteira. Até um dia desses eu não me importava tanto contigo, conosco. Eu gostava da sua presença e a sua ausência não me entristecia. Uma irrelevância.
E hoje eu quero te ver. Logo hoje, tarde demais pelo que eu falei. Pelo que você não fez. Pelo passo infalso que você deu. Hoje não dá. Tem vírgula demais nessa nossa história.
Talvez, se você me ligasse, se desculpasse, me entendesse.
Talvez se você crescesse.
Notasse que me tratou como qualquer uma, mesmo dizendo sempre que eu era única.
Papo clichê.
E você nem pra mentir direito.
O que é pra ser só pode ser se você quer. Você nem tentou me amar.
Fica difícil desse jeito.
Só sabe liberar essas palavras mal-pensadas da boca aleatoriamente. Não pensa na gente e vem dizer que é paixão. Ah, você e a sua constante
indecisão.
E eu topei de novo me entregar.
Burrice, se eu te conheço bem.
É como quem só quer casar até o sim. Tchau, eu já consegui.

E é por isso que eu decidi aderir a uma nova forma de amor.
Mantendo a distância necessária para minha sanidade mental, a distância fundamental. E, ainda assim, gostando de você. Mesmo sem te ver. Mesmo sem te levar. Mesmo sem me comunicar.
Amor que é amor vive além desse egoísmo de ter o outro sempre consigo e só pra si. Eu já evoluí. Pode ir embora, beijar quem quiser, nascer, crescer, se reproduzir e morrer. Por que eu posso pensar em você aqui mesmo nessa cadeira, ali na minha cama, no ônibus, na rua, na fila, no elevador, no almoço... eu posso amar o seu sorriso, o seu riso, o seu jeito, o seu olhar, o seu calor, o seu beijo e tudo mais mesmo sem te sentir e sem te tocar. É só simplesmente te amar. Seja com quem você estiver e onde você estiver. E fique bem feliz, para que eu fique também.
Vê? Eu resolvi o nosso problema de distância. Eu acabei com a história de o nosso símbolo não coincidir. Eu não vou mais te confundir e nem te procurar.
Só pra facilitar a sua vida.

1 Response to "compreensão"

  1. sempreemim Says:

    E quando eu cheguei a quase esse ponto, ele veio e se entregou a mim, me confundiu, me fez acreditar e me entregar também.
    Não consigo deixar meus pés sair do chão, fico na beira do precipício admirando, achando lindo, mas eu não me deixo pular.. qro mas não me deixo..

    ..
    nem sei..
    enfim..