a borderline realista.

segunda-feira, agosto 3 7:15 PM postado por debs
Há uma casa velha, histórica, uma mansão. Toda feita de madeira, está ali há anos. Quantas pessoas passearam por seus corredores, se amaram em seus jardins. Quantas histórias de amor nasceram ali. Agora ela está cheia de cupins. Não há o que fazer. As reformas não adiantam.
A única solução para o terreno é derrubar a velha casa e construir outra em seu lugar. Com que ferramentas? Com que paciência? Com que coração?
Eu não tenho mais forças para renascer, para me reescrever.
Eu não sou um rascunho. Eu sou a prova final. A decisão. O último beijo.
Eu nasci sendo as entrelinhas e as escolhas definitivas. Como mudar? Um trem não pode sair da linha e continuar na areia... Um cigarro fumado não volta mais. E as escolhas que eu fiz, não voltam atrás.
O diabo caprichou quando me mandou pra cá. Tem sempre alguém chorando o meu nome, odiando a minha presença, tem sempre alguém querendo me esquecer. E eu vou me culpando, me detestando, me condenando. Sabendo que eu devo manter distância pro jardim florescer.
Nunca queira me conhecer.

0 Response to "a borderline realista."