Ninguém consegue acompanhar esse meu fluxo de amor.
E eu vou amando sozinha, sem companhia, sem platéia e sem ator.
Talvez eles tenham pudor, e, sendo eu despudorada e desgovernada, vou pisando no acelerador.
Acabo batendo na placa 'proibido estacionar' que está sob um coração vazio ou transbordado.
Fosse você trocado,
entenderia a minha dor.
Eu vou amando demais e acabo o deixando pra trás, ultrapassando o ser amado em termos de dedicação.
E eu corro e chego sozinha, e iludida, cruzo a linha da humilhação.
O que antes seria vitória, passa a ser solidão.
Porque dói amar. A gente ama, ama. Corre, corre e, no final das contas, do sexo, dos presentes e das cartas, não há ninguém com quem brindar.
Fosse você amador, não iria discordar.
Que praticar o amor é como pecar.