Eu não me acho capaz intelectualmente suficiente para entender a raiz dessas situações nas quais me meto todos os dias. Eu não tenho capacidade intelectual suficiente para compreender as minha decisões. Eu sou teimosa e discordo de Clarice Lispector quando ela diz, talvez generalizando, :"eu sou mais forte do que eu". Sou mais fraca. Não me obedeço. Sei o que é certo a fazer, sei o que devo fazer (algumas vezes), sei o que é melhor a fazer, mas não faço. Me contradizo virando de costas e andando na direção contrária às minhas conclusões sobre a atidute a tomar. Eu erro o Erro. O Erro de ser sempre igual, sempre fracassada quanto a isso. Sempre apertar na mesma tecla quebrada. O erro de errar sem tentar, real e sinceramente, mudar. Eu sou o precipício da coragem. Sou o beco sem saída do andarilho. Eu sou o fim, acabo em mim mesma, em não me compreender. Em não me controlar. Sou como um ponto feito sobre a linha de uma circunferência: mesmo sendo apenas UM ponto é o início e o fim. Onde a linha começa e a linha termina. Eu me contradizo, eu me indago, eu luto contra mim, não me respeito, às vezes não me aceito, tento mudar meus gostos profundos, tenho vergonha de algumas verdades, eu nunca venço, nunca me recompenso, nunca me julgo capaz de avançar. Não me vejo merecer consideração e retribuição. Não garanto a minha garantia em nenhum lugar.
Mas talvez eu seja mais forte do que eu, sim, isso é, como tudo na vida e na morte, relativo. Só depende qual do eu estamos falando.
O meu eu sensato, correto, racional... o meu eu que sabe o caminho melhor a seguir e que pensa em si, nas conseqüências e tal... é o mais fraco. O que vence é aquele que teima, que bate o pé, que simplismente vira de costas e joga pro ar todas as minhas horas de pensamento, de planejamento, de solução.
Acho que por tanto ser a durona, a que quer e quer agora, na hora. A que tem uma opinião formada e luta por ela. A que sabe sempre o que quer. A teimosa. Acho que por sempre ser assim com a vida, com os outros, não sei mais ser fiel a mim. Não sei mais me respeitar e chegar a um acordo entre essas duas partes desiguais que me dividem e tentam me ludibriar com suas promessas de campanha. Sou tão ingênua e só sei ser assim, injusta até comigo mesma.
(raiva)
Mas talvez eu seja mais forte do que eu, sim, isso é, como tudo na vida e na morte, relativo. Só depende qual do eu estamos falando.
O meu eu sensato, correto, racional... o meu eu que sabe o caminho melhor a seguir e que pensa em si, nas conseqüências e tal... é o mais fraco. O que vence é aquele que teima, que bate o pé, que simplismente vira de costas e joga pro ar todas as minhas horas de pensamento, de planejamento, de solução.
Acho que por tanto ser a durona, a que quer e quer agora, na hora. A que tem uma opinião formada e luta por ela. A que sabe sempre o que quer. A teimosa. Acho que por sempre ser assim com a vida, com os outros, não sei mais ser fiel a mim. Não sei mais me respeitar e chegar a um acordo entre essas duas partes desiguais que me dividem e tentam me ludibriar com suas promessas de campanha. Sou tão ingênua e só sei ser assim, injusta até comigo mesma.
(raiva)


