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Para mim e para todas vocês, adptas incoscientes do sofrimento não merecido causado por esta espécie tão incompreensível quanto egoísta de seres ininteligíveis. Para mim e para todas vocês, não vejo saída ou solução. Muitas vezes tentei entender. Muitas vezes dei chances na ingênua ilusão de que talvez pudesse ser diferente, algum dia. Muitas vezes me fiz só de humildade para ser mais do que justa, mesmo sem ter motivos. Todas elas me tentaram fazer aprender que não há jeito. Não há fuga. Não adianta tentar corromper a natureza desses seres imutáveis. "Não se conserta o que já nasce com defeito". Nada, nós e nem ninguém é capaz de operar esse milagre tão necessário para a humanidade feminina. Talvez nem eles possam. Talvez não se controlem. Talvez gostem, talvez seja mais fácil assim. E na profunda crença de que nós, mulheres, somos todas cegas, todas bobas, todas propensas a ilusão, continuam infinitamente a festa sem intervalo, sem discussão. Observamos. Não vejo nexo. São atitudes ilógicas tomadas por eles, ELES, que não têm maturidade o suficiente pra saber arcarem com as conseqüências dos atos. Fogem, negam, se compadecem deles próprios e esperam que nos compadeçamos também. Algumas caem. Vou descrever a situação na qual me vejo: Estou sentada na parte central do banco de trás de um carro pequeno. Ao meu lado esquerdo vejo o Diabo, sorrindo e tentando puxar conversa. O lado direito é ocupado por Deus, que fica mudo, comunicando-se comigo por osmose. Aqui-aculá troco uma idéia com cada um deles, até que o motorista, o Homem no caso, comete alguma irregularidade no trânsito para chamar minha atenção. Eu sou o alvo dos três. No banco do passageiro não há ninguém. Talvez uma mera insinuação de que o lugar esteja reservado para mim. Ele quer conseguir meu voto? O que quer de mim, afinal? Eu desejo descer do carro, eles me confundem. Mas não há portas traseiras, e não me vejo com coragem de tentar sair pela frente. Não acredito, não quero acreditar. Acho que se sentasse no banco direito da dianteira, aos poucos chegaria à conclusão de que não é tão bom assim só por que tem janela. E que se o motorista pudesse escolher um lado para danificar caso o carro se desgovernasse, para protejer-se, o lado seria o meu. O meu carro não tem teto solar.

abram os olhos.

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