devaneios da minha nóia de sinceridade. Do meu choque de ralidade bruta.

Às vezes me recolho e me afundo no profundo, escuro, sombrio e presente desalento da minha solidão. O meu coração liberta-se e é quase sempre nessa hora que, ao olhar-me no espelho, posso me encontrar. Posso, SINCERAMENTE, me reconhecer. Vejo no reflexo diante de mim quem realmente sou. Entendo e concordo com minhas expressões. Sinto o que meus olhos dizem sentir. Só assim.
Faço contato verdadeiro com minha existência. Não nego os defeitos que quase me constituem, só enxergo o meu podre, o meu "de pior". Não penso nas qualidades, por que, nessas horas, não sei se realmente as tenho, não sinto se elas existem verdadeiramente em mim, ou se apenas atribuo-as ao meu conceito por pura e mera vaidade.
Só assim que sinto como minha pele é áspera. Só assim admito minha fraqueza perante à vida e aos mais fortes do que eu. Só assim assumos, aceito e acredito que Sim, HÁ MAIS FORTES DO QUE EU. Só assim perco o controle e liberto o meu leão. A minha fera, bruta, grossa, arrogante. Minha fera fria-sentimental. Minha fera que Independe de dia ou momento para me atormentar. Só assim, só nesse poço, infinito e viscoso, eu me olho refletida nas águas escuras (como meu coração) e compreendo a mim e o motivo de eu, simplismente, não ter nada e nem ninguém. Ter apenas a presença desses olhos, negros, tão negros, impenetráveis e, agora, entregues ao vazio.

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