Eu sou forte cara, acho que sou. Eu sou forte pra suportar a dor física de ser atropelada, ou o susto de quase ser assaltada todo dia, a adrenalina que explode lá dentro... Sou forte para suportar a saudade e a raiva que eu tenho de quem partiu sem ter porquê, ou até o medo de ver partir alguém que eu amo muito, meu avô. Sou forte para aguentar a minha cabeça louca, transtornada, a minha personalidade borderline fodida, o meu cansaço mental. Sou suficientemente forte para viver com a dúvida em tudo, ou o medo de hesitar, porque eu nunca hesito de propósito. Tenho forças para viver com essa impressão (quase certeza) de que minha vida acontece longe de mim, de que tudo que faz sentido nela eu não posso ter, não posso considerar parte dos meus dias. Posso conviver com a minha falta de talento, e briga infindável entre meu cérebro e minha consciência. Com as pessoas gritando no meu ouvido sensível, e até mesmo com a influência inevitável das coisas e pessoas que me rodeiam. Apesar de isso ser inexplicável, me equilibro bem mesmo com essas filosofias diárias que me confundem mais a cada segundo. Filosofias minhas, ou filosofias alienadas. É tudo tão infinito. É, eu acho que sou forte. Não do tipo de pessoa que acha que é forte por abrir uma garrafa de coca-cola, ou quebrar o nariz de alguém, e muito menos das que se acham fortes por esconderem as lágrimas, calarem nas horas necessárias ou por terem aprendido a viver com a dor, qualquer dor. Eu sou das fortes que conhece um novo câncer, todo dia, e aprende a conviver com ele, fazendo, claro, todo o possível para ficar bem. Sou forte na minha luta, das mais difíceis lutas, porque o meu adversário sou eu mesma. Sou eu quem temo. Sou eu quem mais me amedronta. Eu sou a minha assombração. E suporto isso, porque, adivinhe... sou forte. Bem forte, das mais fortes. Da surpreendentemente fortes. Sou sempre assim, forte pra lutar pelo que quero, ainda que isso seja apenas mais uma característica do meu transtorno de personalidade, ainda assim isso me faz forte. Mas... todo mundo tem um ponto fraco. Às vezes eu me rendo à dúvida, à solidão. Às vezes eu não acho solução pra tudo e desabo em depressão. Às vezes eu deixo notório que toda essa minha agitação e felicidade são uma capa, uma cobertura, um esmalte. Há algo bem forte, e esse forte não é um forte bom, por baixo dessa manto. Às vezes vem alguém e tira o meu edredon, eu sempre estou chorando embaixo, ali.
A minha fraqueza é a de tentar fugir, mesmo sabendo que não há como fugir, há apenas como adiar. Uma hora eu vou ter que enfrentar o inferno, atravessar.
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2 de maio de 2009 às 19:55
poxa Deborah, cada vez mais vejo as linhas que nos sintonizam, os traços onde estranhamente me vejo em vc..
ui!
bj
30 de maio de 2009 às 19:43
Sou forte na minha luta, das mais difíceis lutas, porque o meu adversário sou eu mesma. Sou eu quem temo. Sou eu quem mais me amedronta. Eu sou a minha assombração. E suporto isso, porque, adivinhe... sou forte. Bem forte, das mais fortes. Da surpreendentemente fortes. Sou sempre assim, forte pra lutar pelo que quero, ainda que isso seja apenas mais uma característica do meu transtorno de personalidade, ainda assim isso me faz forte...
Não se renda.....